Como a estrutura de madeira do Hangar Museu está transformando a engenharia brasileira

Estrutura de madeira para museu em hangar.

A arquitetura contemporânea busca unir funcionalidade, inovação e sustentabilidade. Quando se trata de grandes obras, a escolha dos materiais é decisiva para alcançar esse equilíbrio. O uso de madeira engenheirada como solução estrutural em edificações de grande porte tem ganhado destaque no Brasil — e o Hangar Museu em Araquari, Santa Catarina, é um exemplo icônico dessa tendência. O projeto, desenvolvido pela Nola Arquitetura e executado pela ITA Engenharia, demonstra que a madeira, longe de ser apenas um recurso tradicional, é protagonista de uma revolução técnica e estética na engenharia civil. 

Estrutura de madeira para museu em hangar 

A estrutura do Hangar Museu em Araquari é um marco da engenharia brasileira. Ela evidencia como a madeira pode superar desafios normalmente atribuídos ao aço e ao concreto. O projeto não apenas oferece um espaço funcional e impactante para o público, mas também reforça uma nova forma de pensar as construções de larga escala. 

Engana-se quem pensa que a madeira é um material do passado. A madeira engenheirada, como a MLC (madeira laminada colada), representa um salto técnico que une leveza e resistência. Com altíssimo controle de qualidade, os elementos estruturais desse hangar permitem vencer vãos de até 50 metros — algo antes impensável para a madeira natural. A estrutura projetada pela ITA Engenharia é uma síntese de eficiência e durabilidade. 

Desempenho estrutural e leveza dos materiais 

Um dos principais diferenciais dessa obra é a eficiência da solução estrutural adotada. A madeira utilizada — eucalipto colado — oferece excelente desempenho mecânico com peso próprio reduzido. Isso resulta em fundações mais leves, transporte facilitado e montagem mais rápida. A leveza estrutural também reduz as forças atuantes, permitindo elementos mais esbeltos e vãos livres mais amplos. 

Comparativo entre madeira e aço 

Durante a concepção do hangar, estudos comparativos foram feitos entre a adoção de estruturas metálicas e de madeira. A madeira se destacou não apenas pela performance, mas também pelo custo competitivo. Isso desconstrói um dos mitos mais comuns na construção civil: o de que madeira de qualidade sempre sai mais cara. No contexto atual, com tecnologias avançadas de fabricação e montagem, a madeira se torna, sim, uma alternativa viável e vantajosa. 

A preocupação ambiental esteve presente em todas as etapas do projeto. A madeira utilizada provém de reflorestamento com manejo sustentável, contribuindo diretamente para a redução da pegada de carbono da construção. Além disso, a madeira armazena CO₂, contribuindo para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas — ao contrário do aço e do concreto, cuja produção é intensiva em emissão de gases. 

Desafios e soluções de engenharia 

Como toda grande obra, o Hangar Museu também impôs desafios. A complexidade da curvatura dos arcos e a precisão exigida na montagem demandaram ferramentas de modelagem avançada, como o BIM (Building Information Modeling). A estrutura foi toda planejada em ambiente digital antes da fabricação, permitindo cortes precisos e montagem eficiente em campo. 

O projeto ainda se destaca por seu desempenho térmico. A madeira, naturalmente isolante, mantém o interior do hangar com temperaturas mais estáveis. Isso reduz a necessidade de sistemas de climatização, refletindo em economia energética ao longo da vida útil da edificação. 

Mais do que um espaço expositivo, o Hangar Museu se posiciona como um centro de conhecimento e cultura. Ele abriga acervos de aeronaves históricas e oferece uma experiência imersiva ao visitante. A estrutura em madeira, ao mesmo tempo imponente e acolhedora, complementa a narrativa do espaço, que homenageia o legado da aviação brasileira e promove a educação técnica e científica. 

Uma nova era para a construção civil 

Projetos como o Hangar Museu demonstram que a madeira pode (e deve) ser considerada em obras de grande porte. Não se trata apenas de uma escolha estética ou ecológica — é uma decisão estratégica que combina desempenho técnico, inovação e economia. A engenharia brasileira dá um salto ao incorporar soluções que dialogam com o futuro sem abrir mão da identidade e dos recursos naturais do país. 

A estrutura de madeira do Hangar Museu simboliza uma virada de chave na engenharia nacional. Ela desafia paradigmas, propõe novas soluções e aponta caminhos possíveis para um setor mais eficiente e sustentável. Este projeto não apenas marca uma nova fase para a construção civil no Brasil, mas também inspira profissionais e estudantes a repensarem o papel da madeira na arquitetura contemporânea. 

Se você deseja explorar todos os detalhes técnicos, os desafios enfrentados e as soluções inovadoras aplicadas nessa obra extraordinária, recomendamos fortemente a leitura da matéria completa publicada na Revista Estrutura. Acesse agora o conteúdo original e inspire-se com esse exemplo real da engenharia brasileira:  

FAQ - Perguntas Frequentes

Qual madeira foi usada na estrutura do Hangar Museu?

Foi utilizada madeira laminada colada (MLC) de eucalipto, por suas altas propriedades mecânicas e disponibilidade no mercado nacional.

Sim. A madeira engenheirada possui resistência comparável ao aço, com a vantagem de ser mais leve e fácil de manusear.

Sim. A madeira é um material renovável, captura carbono durante seu crescimento e sua produção emite menos CO₂ em comparação ao aço ou concreto.

Sim, o museu está aberto ao público e oferece exposições educativas sobre a aviação brasileira.

Fundamental. O projeto contou com expertise nacional em todas as fases, da concepção à montagem, consolidando o Brasil como referência em engenharia em madeira.

Sem dúvida. A madeira engenheirada é altamente versátil e pode ser usada em escolas, ginásios, centros culturais, aeroportos e muito mais. 

Compartilhar