A durabilidade das estruturas é um tema essencial para garantir a segurança e a eficiência das construções, especialmente quando se trata de obras que devem suportar condições adversas ao longo do tempo. Estudos recentes sobre o concreto romano, que ainda hoje impressiona por sua resistência, apontam que a presença de fontes de cálcio reativas, capazes de selar fissuras, é um dos fatores que contribuem para essa durabilidade. Atualmente, um processo semelhante é aplicado com o uso de concreto autocicatrizante, que utiliza aditivo redutor de permeabilidade por cristalização capilar integral.
Pesquisas comparativas entre o concreto autocicatrizante e o concreto convencional mostram resultados significativos. Em experimentos com amostras cilíndricas submetidas à carbonatação acelerada, o concreto autocicatrizante apresentou uma redução considerável na profundidade de penetração de CO₂ após duas semanas, enquanto o concreto comum manteve a mesma vulnerabilidade. Essa diferença se traduz em um aumento de 47% na durabilidade do concreto autocicatrizante em relação ao concreto tradicional.
Além disso, estimou-se que o uso do concreto autocicatrizante permite reduzir o cobrimento da armadura sem comprometer a durabilidade. Para ambientes com classe 1 de agressividade ambiental, o cobrimento necessário pode ser reduzido de 2,5 cm para 1,8 cm, com variações proporcionais para classes mais agressivas. Essa técnica não apenas aumenta a durabilidade, mas também pode gerar economia de material em projetos especiais ou corrigir eventuais falhas na execução. A disseminação desse conhecimento é essencial para promover estruturas mais resistentes e com menor necessidade de manutenção ao longo do tempo.
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Fonte: Revista Estrutura Edição 14 | Página 68 | Ano 7 | Maio de 2024 da ABECE – Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutura
